segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Manual de etiqueta cósmica para as pseudo-tias de Mafalda da Cunha e Loiça: A Urgência da Etiqueta na Emergência Social

(em directo, ao vivo e a cores com o blop: http://vacagalobarcelos.blogspot.com/)
LVL: Minhas queridas Vaca Galo e Belita, a nossa amicíssima Professora Doutora Mafalda da Cunha e Loiça lançou um novo manual de etiqueta, bons costumes e boas maneiras, desta vez, focalizado nas pseudo-tias e nas suas gaffes que, de já tão constantes, se institucionalizaram (pelas sete pragas da China!). Intitula-se: A Urgência da Etiqueta na Emergência Social. Aqui vai um pequeno resumo deste receituário digest, muito simples de ler, mesmo por aquelas que, mesmo tendo frequentado uma licenciatura, pouco ou nada aprenderam, soletrando quando lêem e escrevendo cecenta nos cheques, depois de tratarem mal as empregadas das lojas.
Minhas queridas (bahhh!) pseudo-tias, se se querem livrar de reencarnar num peru de Natal, num porco para a matança luso e tansa ou mesmo num touro destinado às arenas da mesma índole (aquele espectáculo onde vossas selências vão para parecerem tradicionais e, no fundo, para destilarem os instintos nativos que não vos largam nem com hipnose regressiva), respeitem o Código Cósmico dos Bons Costumes, s´il vous plaît, eu vou traduzir: façam-me o obséquio; vou traduzir de novo: se fazem o favor.
Aqui vão algumas dicas:
1ª Não seja arrogante e pretenciosa- a arrogância fá-la-á subestimar a simplicidade de quem tem autêntico nível e isso pode conduzi-la a um valente tiro no pé! Lembre-se: as pessoas educadas não têm necessidade de espezinhar o mundo, bem pelo contrário, são as mais simples e amáveis- sabem estar tanto numa vernissage como numa favela. A simplicidade é um autêntico tester à qualidade das raízes- quem as detém não necessita da arrogância como escudo. O ditado "não peças a quem pediu e não sirvas a quem serviu" é uma verdade intemporal cada vez mais actual neste tão pequenino quintal de seu nome Portugal! O pedantismo é, por consequência, sinal de um astronómico provincianismo, ou seja, de uma parolice elevada a 100!
2º Limpe as suas chapas e não seja invejosa nem maledicente- a inveja, a par do medo, é uma das energias mais negativas e caóticas, que afecta mais o sujeito que o objecto- vou traduzir: o invejoso do que o invejado! Cuidado com aqueles olhares fulminantes tipo: "se eu te pudesse torcer o pescoço"- o feitiço vira-se contra si e lá está a menina com uma coleira até ao queixo!
3º Não roube nada da casa dos outros, nem que seja uma estrelazinha do mar que viu na casa-de-banho e à qual não resistiu! Roubar é um gesto tão out , tão pindérico! O Cosmos Perdoa quem rouba por necessidade, mas abocanhar algo que não é seu por maldade é uma mácula da qual o seu karpa jamais se libertará!
4º Não faça perguntas aos outros sobre bens materiais, como: "quanto ganhas por mês?"; "a tua casa é comprada ou arrendada?"; "quanto te custou a mobília da sala?"; "quanto pagaste pelo vestido de fim-de-ano?!" A focalização no concreto denunciará as suas raízes provincianas e/ou proletárias e ver os outros como matéria é das atitudes que mais enegrece o karpa!
5º Não grite para toda a vizinhança ouvir quais os destinos paradisíacos que visitou nos últimos cinco anos. Fica-lhe mal- é sinal que, dantes, nunca tinha passado da Baixa-da-Banheira! Pode falar do assunto, mas como uma curiosidade, nunca como um feito faraónico! Pelo menos, fale baixo quando não contiver o impulso!
6º Não faça o seu valor pessoal depender unicamente dos objectos de luxo que vai comprando como salvo-condutos para a legitimação do seu aparente "status". Mal abra a boquinha a incongruência organizacional vem ao de cima e ainda fica pior- nem o vison recentemente adquirido nem as férias de inverno na Sierra Nevada a salvarão!
7º Não tente disfarçar as suas origens com o sotaque arrastado pesudo-tiesco e, por favor, não trate os seus filhos por você quando tratava a sua avó por vossemecê, ou mesmo por você. As duas formas de tratamento provêm do mesmo étimo- vou traduzir: têm a mesma origem-, mas são incompatíveis e denunciam-na logo.


8º Não tenha vergonha dos seus antepassados- não esconda a avó na cozinha, nem dê ordens de recolher obrigatório ao avô durante as festas- o Cosmos não lhe perdoará e os seus filhos far-lhe-ão o mesmo- a lei cósmica da acção/ reacção é implacável!
9º Não coma de boca aberta, não gesticule com os talheres enquanto come, não ataque a comida como se há muito não deglutisse um pãozinho que fosse, não limpe os beiços como se estivesse a lavar a roupa no tanque, não palite os dentes, nem com a mãozinha à frente! E, por favor, nunca diga: "o comer está pronto"!
10º Procure cultivar-se e ler mais do que os títulos dos livros que sabe estarem na berra. Evite lugares-comuns- eu vou traduzir: obras banais. Procure ler alguma obra cuja simplicidade da leitura seja proporcional à profundidade do pensamento(neste aspecto, as obras são, regra geral, como as pessoas).
11º Por favor, pare de repetir as ideias do seu marido e vice-versa e muito menos as da sua Mãe embrulhadas em papel de lustro! Um casal não deve ter uma identidade colectiva e pensamentos retrógrados maternais das berças armados em hits cosmopolitas são do pior!
12º Não converta os seus filhos no espelho do seu egoísmo e arrogância atrozes! O ambiente agradece- de monstrinhos autocentrados sem qualquer respeito pelos outros está o planeta já repleto! Se o Cosmos lhe Concedeu a bênção de poder dar uma vida mais desafogada materialmente aos seus filhos do que aquela que teve aproveite e converta-os em pessoas, não os destinando ao inferno da não individualidade acéfala e animalesca!
13º Last, but not bleast, como diz a nossa Vaca Galo, não deixe que a obsessão por essências caras e de estilistas famosos a impeça de apreciar os perfumes naturais- do mar revolto; das flores silvestres; mais não seja da relva depois de regada! Até porque para quem os avós plantavam couves no jardim você deveria apreciar mais o mundo vegetal!

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